As negociações do cessar-fogo entre Israel e Hamas voltaram a ser travadas, nesta quinta-feira (24), após ambos os lados envolvidos no conflito não chegarem a um acordo sobre a possível trégua na Faixa de Gaza.
Trégua anterior
Em janeiro deste ano, Israel e Hamas chegaram a um acordo de cessar-fogo após mediação de Catar, EUA e Egito.
A expectativa era que o plano de paz fosse implementado em três fases. Na primeira delas, ocorreu a troca de reféns sequestrados pelo Hamas por prisioneiros palestinos.
A segunda fase do cessar-fogo seria negociada a partir de março, mas foi suspensa, pois o governo de Israel não cumpriu o que havia sido acordado e exigiu uma extensão da primeira etapa e a libertação de todos os reféns que ainda estão em Gaza.
Com isso, Israel intensificou os ataques contra a Faixa de Gaza.
Depois de o grupo palestino enviar a resposta a nova proposta de trégua de 60 dias no enclave palestino, os Estados Unidos decidiram retirar seus negociadores de Doha, capital do Catar palco das discussões.
A informação foi divulgada pelo enviado especial norte-americano para o Oriente Médio, Steve Witkoff, que acusou o Hamas de não agir com “boa fé”.
“Decidimos trazer nossa equipe de Doha para consultas após a última resposta do Hamas, que demonstra claramente a falta de desejo de alcançar um cessar-fogo em Gaza”, escreveu Witkoff em um comunicado na rede social X. “Embora os mediadores tenham feito um grande esforço, o Hamas parece não estar coordenado ou agindo de boa fé”.
Com a mediação de Catar, Egito e EUA, Israel e Hamas discutem um novo cessar-fogo em Gaza, de 60 dias, desde o último dia 6 de julho. Os principais pontos de divergência, que têm barrado a possível paz, dizem respeito a retirada de tropas israelenses da Faixa de Gaza, a entrada de ajuda humanitária na região, e um plano para o fim definitivo da guerra.
Opções alternativas
Por não concordar com a posição do Hamas, o enviado especial de Donald Trump disse que o governo norte-americano pensa em “opções alternativas” para o fim da guerra na Faixa de Gaza, e o resgate dos reféns que ainda estão no enclave palestino sob domínio do grupo.
Witkoff, porém, não detalhou qual seria o “plano b” de Washington e Tel Aviv para Gaza.
Onda de fome
Enquanto a paz não avança na mesa de negociações, a fome se alastra pela Faixa de Gaza.
Além das operações militares, que chegaram a atingir até mesmo instalações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e a única igreja católica de Gaza, o cerco na região tem agravado a crise de fome.
Desde o início da guerra, em outubro de 2023, 115 palestinos morreram por fome ou desnutrição, segundo informações do Ministério da Saúde da Faixa de Gaza.
Apesar das críticas e pressão internacional, o governo de Benjamin Netanyahu nega que esteja impedindo a entrada de alimentos e ajuda humanitária no enclave.
Fonte: Metrópoles

July
Reprodução/X

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