Iniciativas para promover envelhecimento saudável avançam no SUS do Paraná

Foto: Arquivo pessoal

O Governo do Estado, por meio da Secretaria da Saúde, segue ampliando e qualificando a rede assistencial do Sistema Único de Saúde (SUS), com foco no cuidado integral, na prevenção de agravos e no acompanhamento da capacidade funcional da população idosa.

Desde 2019, o Estado desenvolve ações com uma nova abordagem para o envelhecimento. Em 2025, o trabalho se manteve fortalecido. As políticas públicas voltadas à promoção da autonomia e da capacidade funcional já impactam diretamente a rotina de pessoas como Olga Blachechen, de 58 anos, moradora de Bituruna, no Sul do Paraná. Ela conta que enfrentava limitações de mobilidade, ansiedade e estresse. Com o apoio da equipe da Saúde da Família, passou a praticar atividades físicas e a manter o convívio social.

“Agora mudou completamente minha vida. Se eu precisar caminhar, caminho 10 quilômetros no dia e nem canso. Esse acompanhamento transformou minha rotina”, afirma.

As ações integram o programa Envelhecer com Saúde no Paraná, que reúne estratégias intersetoriais para promoção da saúde, prevenção de doenças, cuidado integral e garantia de direitos. O secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, destaca que o cenário demográfico exige planejamento de longo prazo. “Vivemos no Paraná uma transição demográfica sem precedentes. Nosso compromisso é garantir que cada pessoa idosa esteja inserida na rede de atenção e que o cuidado chegue a todos que dele precisam”, diz.

As projeções mostram que, em 25 anos, o Paraná terá quase um terço de seus habitantes com mais de 60 anos. Serão cerca de 3,7 milhões de pessoas nessa faixa etária, frente aos atuais 17% da população, aproximadamente 2 milhões de habitantes, segundo o Ipardes - Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social.

A Atenção Primária à Saúde é o principal ponto de entrada desse cuidado. Somente em 2024, mais de 8,6 milhões de consultas para pessoas idosas foram realizadas nas unidades de saúde. De janeiro a outubro deste ano, o número chegou a 7.935.833 atendimentos individuais.

As equipes multiprofissionais fazem Avaliação Multidimensional da Pessoa Idosa (AMPI) e elaboram planos de cuidado individualizados, garantindo mais autonomia e qualidade de vida. A rede também utiliza instrumentos como a Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa no Paraná e o Sistema de Informação da Pessoa Idosa, que facilitam o acompanhamento clínico e o direcionamento de políticas públicas.

O impacto também é percebido por Teresinha Aparecida Bonatto, de 68 anos, que buscou os serviços municipais e passou a participar de grupos de convivência e exercícios. “Eu estava com problema de coluna e dor nas pernas. Hoje não tenho mais. Aprendi a caminhar todos os dias de manhã. Minhas pernas inchavam e doíam, mas agora não dói mais”, conta.

QUALIFICAÇÃO DA REDE DE CUIDADO – No fim de novembro, a Sesa lançou o curso introdutório Linha de Cuidado à Saúde da Pessoa Idosa no Paraná, em formato de ensino a distância. A capacitação integra as ações do Envelhecer com Saúde e inclui educação permanente, monitoramento de indicadores, inovação em sistemas de informação e produção de materiais técnicos.

PREVENÇÃO COMO EIXO CENTRAL – Para identificar riscos clínicos e funcionais, a rede utiliza o Índice de Vulnerabilidade Clínico Funcional 20, ferramenta validada pelo Ministério da Saúde e aplicada inclusive por agentes comunitários. Mais de 4 mil profissionais foram capacitados em 2024. Mutirões de saúde atenderam cerca de 700 pessoas idosas ao longo do ano.

Segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar, 76,3% das pessoas idosas no Paraná não têm plano de saúde. O dado reforça a importância do SUS como principal garantidor do cuidado contínuo.

A diretora de Atenção e Vigilância em Saúde, Maria Goretti Lopes, ressalta que as ações estruturadas garantem resultados concretos. “Com esse conjunto de iniciativas, reforçamos que o cuidado à pessoa idosa no Paraná é baseado em qualificação técnica, sensibilidade na abordagem e continuidade do atendimento, garantindo mais autonomia, menos hospitalizações evitáveis e melhor qualidade de vida”, afirma.

Fonte: AEN