Engenharia do crime: polícia pede bloqueio milionário de esquema de lavagem de dinheiro do CV

Foto: Reprodução/Jornal da Record

A lavagem de dinheiro do CV entrou no foco de uma grande investigação da Polícia Civil do Rio de Janeiro, que solicitou à Justiça o bloqueio de mais de R$ 600 milhões ligados a um esquema financeiro do Comando Vermelho.

A ação policial ocorreu em diversos pontos do estado e exigiu, em um dos endereços, a remoção de um bloco de concreto para permitir a passagem de um blindado da corporação.

De acordo com o R7, o imóvel, localizado na zona norte da capital fluminense, foi um dos 39 alvos de mandados de busca e apreensão expedidos no âmbito da apuração sobre a lavagem de dinheiro do CV.

Segundo os investigadores, o esquema operava em larga escala e utilizava contas bancárias de terceiros ligados à facção criminosa para movimentar recursos ilícitos.

De acordo com a Polícia Civil, a lavagem de dinheiro do CV envolvia uma estrutura complexa criada para ocultar e dissimular a origem dos valores obtidos com atividades criminosas. Pessoas sem antecedentes criminais eram usadas como intermediárias para realizar depósitos e transferências, dificultando o rastreamento do dinheiro.

“Essa operação conseguiu desarticular essa engenharia financeira sofisticada que utilizava mulas financeiras, pessoas que não tinham passagem por crime algum e que faziam esses depósitos, ocultando e dissimulando esses valores e patrocinando essa atividade criminosa”, disse o delegado Márcio Almeida.

O esquema de lavagem de dinheiro do CV era sustentada por uma rede organizada, com divisão de funções e uso de mecanismos financeiros para dar aparência lícita aos recursos movimentados.

As investigações apontam que os traficantes Edgard Alves de Andrade, conhecido como Doca, e Carlos Costa Neves, o Gardenal, seriam os principais responsáveis pela articulação financeira do Comando Vermelho dentro do esquema de lavagem de dinheiro do CV.

Fonte: ND+