Um bebê de 11 meses ficará com dano cerebral permanente após ter sido intoxicado por drogas e passar por uma parada cardiorrespiratória em Florianópolis (SC). A confirmação consta em avaliação médica recente realizada no Hospital Infantil Joana de Gusmão, onde a criança segue internada sob cuidados intensivos. O caso levou à prisão dos pais, um casal de nacionalidade venezuelana, e segue sob investigação criminal.
A criança deu entrada no hospital em estado gravíssimo, com convulsões, pupilas dilatadas e rebaixamento do nível de consciência. Durante o atendimento, sofreu parada cardiorrespiratória e precisou ser reanimada pela equipe da UTI pediátrica. Exames toxicológicos de sangue e urina apontaram presença de drogas sintéticas no organismo. Com a evolução do quadro, médicos confirmaram que houve possível lesão neurológica irreversível, consequência direta da intoxicação e do período de hipóxia.
Atendimento emergencial e atuação policial
O socorro começou no Centro da cidade, quando uma guarnição da Polícia Militar de Santa Catarina ouviu pedidos de ajuda e encontrou o casal com o bebê no colo. A princípio, os responsáveis disseram que a criança estaria engasgada, mas os policiais identificaram quadro convulsivo e decidiram deslocar imediatamente ao hospital. A ação rápida foi decisiva para manter a criança viva.
Exames e histórico de negligência
Além da confirmação toxicológica, registros hospitalares indicaram faltas a consultas médicas previamente agendadas. Para os profissionais de saúde, o conjunto dos achados apontou negligência grave e exposição a ambiente de alto risco. Os pais negaram ter administrado drogas ao filho, mas os laudos clínicos e a gravidade do quadro embasaram as medidas adotadas.
Prisão e enquadramento
Diante dos indícios iniciais, pai e mãe receberam voz de prisão, com enquadramento, em tese, por homicídio doloso na modalidade tentada, além de apurações por maus-tratos e exposição de criança a drogas. A definição final das responsabilidades dependerá do avanço da investigação e de perícias complementares.
Abrigamento custeado pelo município
As apurações também confirmaram que o casal estava abrigado em hotel destinado a pessoas em situação de rua, com custeio do poder público municipal. A manutenção desse tipo de acolhimento ocorre por determinação judicial, após atuações institucionais da Defensoria Pública de Santa Catarina e do Ministério Público de Santa Catarina, que exigem a oferta de abrigo para garantia dos “direitos humanos”.
Outras crianças e medidas de proteção
O casal possui outros quatro filhos menores. O Conselho Tutelar foi acionado para verificar a situação das demais crianças e adotar medidas de proteção, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente.
Situação atual
O bebê permanece internado, mas foi extubado. Seu prognóstico é reservado. A equipe médica acredita que a lesão cerebral é permanente, o que deve impactar o desenvolvimento ao longo da vida. A investigação segue para esclarecer como ocorreu a intoxicação, se houve administração direta, exposição indireta ou omissão consciente, e para definir as responsabilidades penais.
O que o caso deixa claro
Os fatos já confirmados mostram que uma criança foi exposta a drogas, sofreu parada cardíaca e sobreviveu, mas com sequelas neurológicas irreversíveis. O desfecho evitou uma morte, mas abriu um alerta grave sobre proteção de crianças, fiscalização de ambientes de acolhimento e a necessidade de respostas rápidas diante de riscos extremos.
Fonte: Jornal Razão
Foto: Jornal Razão

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