Gabriela
Foto: Reprodução
Uma mulher, que confessou ter matado o próprio marido e ocultado o corpo dele dentro de um freezer, em Lacerdópolis, no Meio-Oeste de Santa Catarina, voltou para a prisão neste sábado (31).
De 2023 pra cá, Cláudia compareceu em todos os atos judiciais e inclusive com a presença mensal no Fórum da Comarca. A acusada não utilizava mais tornozeleira eletrônica.
O que diz a defesa?
A defesa afirmou que irá recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, para tentar reverter a decisão. O processo segue em andamento, e a tendência é de que o julgamento ocorra por meio do Tribunal Popular do Júri.
“Respeitamos a decisão do judiciário, mas sustentamos que a realidade do caso mudou significativamente desde a decretação da prisão em 2022”, disse.
Segundo a Atual FM, os defensores destacam que Cláudia permaneceu em liberdade por quase dois anos — entre agosto de 2023 e maio de 2025 — e nesse período cumpriu todas as medidas cautelares, compareceu a todos os atos do processo, utilizou tornozeleira eletrônica, trabalhou em três turnos, reconstruiu sua vida ao lado da filha e não cometeu nenhum novo delito.
Os advogados afirmam que essas provas favorecem a tese de que ela não representa perigo para a sociedade, a instrução processual e a aplicação da lei penal.
A defesa diz ainda que durante 20 anos de relacionamento, Cláudia teria sofrido diversos tipos de violência doméstica, como agressão física, psicológica, financeira, moral e sexual. Eles consideram ainda, desproporcional e desnecessária o retorno da acusada à prisão.
O que diz a defesa da família da vítima?
O advogado da vítima, Álvaro Alexandre Xavier, diz que a liberdade de Cláudia sempre foi considerada injusta pela família e sociedade. “A família ficou indignada com aquela decisão, assim como a sociedade. Trabalhamos desde então para reverter essa situação e hoje vemos o retorno ao cárcere como um avanço no processo de justiça”, declarou.
A decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que determinou o retorno de Cláudia à prisão, apontou violação ao artigo 312 do Código de Processo Penal.
Segundo Xavier, o STJ entendeu que o Tribunal de Justiça de Santa Catarina errou ao substituir a prisão preventiva por medidas cautelares, desconsiderando aspectos relevantes do caso.
Entre os pontos destacados pelo advogado estão a premeditação do crime, a tentativa de ocultação do cadáver e a falsa comunicação de desaparecimento. “São fatos extremamente graves que, de acordo com o artigo 312, justificam plenamente a prisão preventiva”, reforçou Álvaro Alexandre Xavier.
Mulher matou o marido e ocultou o corpo no freezer
O crime tratado como homicídio qualificado por meio que dificultou a defesa do ofendido, já que a vítima foi encontrada com uma lesão na nuca, aconteceu em 14 de novembro de 2022, em Lacerdópolis.
Durante dias, a Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, vizinhos e voluntários empenharam-se nas buscas, sem sucesso. Em paralelo, a Polícia Civil efetuou outras diligências, tomou declarações da mulher e obteve autorização para perícia na residência do casal. Antes da averiguação, a investigada fugiu da cidade. O corpo do marido foi encontrado dentro de um freezer.
FONTE: OLHO VIVO PARANA
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