Genro acusado de empurrar sogra de 86 anos escada abaixo será julgado por tentativa de feminicídio

Foto: Cedida pela família

Defesa de André Ferreira diz que vai decorrer da decisão. Marlene Foltran caiu da escada em dezembro e está em estado vegetativo, segundo advogada da família.

André Ferreira, homem de 47 anos acusado de tentar matar a própria sogra, Marlene Foltran, de 86 anos, vai a júri popular. Ele está preso há quase seis meses, e responde por tentativa de homicídio qualificado (por motivo fútil).

Para o crime, o Código Penal prevê de 12 a 30 anos de prisão. No caso dele, em caso de condenação, a pena pode ser diminuída caso seja considerado que ele agiu sob o domínio de violenta emoção, mas também aumentada pela vítima ser idosa.

A denúncia do Ministério Público (MP) afirma que em dezembro de 2024 o genro empurrou a sogra idosa de cima da escada do prédio onde ele morava com a esposa, que é filha da vítima. A defesa da família alega que o homem tentou impedir que a idosa visse a filha, que enfrenta um câncer em estágio avançado. Passados quase seis meses do caso, Marlene está em estado vegetativo, segundo a advogada da família dela. 

A decisão de encaminhar o caso para júri popular foi feita pelo juiz Rafael Kramer Braga, do 2º Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher e Vara de Crimes contra Crianças, Adolescentes e Idosos de Ponta Grossa - cidade dos Campos Gerais do Paraná onde aconteceu o caso.

O magistrado começou a ouvir testemunhas e a avaliar as provas em fevereiro, e neste sábado (7) a decisão dele foi oficializada no processo.

No documento, o juiz afirma que há indícios do crime e de que a idosa apenas não morreu porque foi socorrida rapidamente pelos vizinhos, que acionaram socorro.

Em nota, o advogado Fernando Madureira, que atua na defesa do réu, afirma que vai recorrer da decisão que determinou que André seja julgado por tentativa de feminicídio.

"As provas que constam do processo são apenas circunstanciais, não podendo ser descartado que a queda da vítima não teria sido acidental", diz o advogado.

Segundo a advogada Sarah Ferraz, que representa a família de Marlene, a data do julgamento ainda não foi marcada.

Fonte: G1