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Alunos do curso de medicina da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no interior de São Paulo, entraram em greve, nessa terça-feira (10/6), pela manutenção da parceria com o Hospital Estadual Sumaré (HES), que há 25 anos é gerido pela instituição.

O convênio, que era renovado a cada 5 anos, terminará em julho deste ano. O governo do estado publicou no dia 3 de junho o chamamento público que definirá o próximo administrador do hospital. Diversas Organizações de Sociais de Saúde (OSS), além da própria Unicamp, vão concorrer.

O Centro Acadêmico Adolfo Lutz (CAAL) de Medicina da Unicamp declara que a paralisação foi aprovada pelo temor em relação à possível privatização da gestão hospitalar, que prejudicaria programas de estágios e residências dos estudantes, o trabalho dos servidores e o serviço prestado à população que se utiliza do Sistema Único de Saúde (SUS).

“O que está em jogo vai além das estruturas: é a essência de nossa formação médica, do SUS e da saúde da população”, afirma o CAAL.

Em nota, a administração da Faculdade de Ciêcias Médicas (FCM) da Unicamp afirmou ter recebido com surpresa a decisão de greve dos alunos e destacou estar se preparando para manter a parceria com o HES. “Quanto às tratativas para a manutenção das atividades do FCM no HES, a Funcamp prepara, neste momento, a documentação para participar do chamamento público, cuja definição não ocorrerá antes de 45 dias.”

Apoio de USP e Unesp

A paralisação dos estudantes foi apoiada por outros centros acadêmicos de medicina de universidades públicas de São Paulo, como a Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

Em nota conjunta, os CAs se posicionaram contra medidas que ameaçam a educação e a saúde pública. “A quem interessa precarizar o ensino público? Para formar médicos menos críticos a respeito do ambiente em que vivemos e menos comprometidos com o bem-estar público? A quem interessa desmontar o SUS?”.

O Hospital Estadual de Sumaré (HES) já foi considerado o melhor hospital público do país em 2022, título concedido pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opan).

Fonte: Metrópoles